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O jogo dos 7 erros na política do Paraná

O jogo dos 7 erros na política do Paraná
Rafael Cardoso
abr. 18 - 12 min de leitura
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Você sabia que há político que gosta de praticar o jogo dos 7 erros na política do Paraná? Basta olhar a conjuntura política para entender como está sendo desenhada as eleições para o governo estadual.

Listo aqui minha leitura sobre 7 erros que estão ditando o cenário político que escolherá este ano o próximo zelador do Palácio Iguaçú.

O cenário político em pleno abril

Enquanto estamos todos preocupados com aquilo que reserva o nosso futuro como cidadãos, a classe política brinca de WAR. Claro que é isso! Cida Borghetti tem o objetivo de conquistar a África, Europa e Ásia. Já Ratinho Jr. tem o objetivo de destruir todos os exércitos brancos. E Osmar Dias? Deve estar tentando conquistar a Oceania, aquele território no canto do tabuleiro que fica sempre por último como base de conquista. Quem ganhará o jogo?

Com o enfraquecimento político de Beto Richa, um dos mais atingidos pelas influências negativas de Aécio Neves (agora o amigo maldito), o cenário paranaense é nebuloso. Isso porque as lideranças tradicionais estão sofrendo dois efeitos: o erro de alianças desastrosas com políticos condenados ou investigados pelo Ministério Público Federal e a inabilidade de se conectar com este novo eleitor.

Erro 1 - Alianças desastrosas na política

Entendo que Roberto Requião perde completamente sua expressão de força quando congela sua participação política na aliança com o PT e com o ex-presidente Lula. Os anseios da sociedade (graças - imagine eu com as mãos levantadas para o céu) não são mais os mesmos de 3 anos atrás. O eleitor hoje quer  figuras públicas com poucos ferimentos políticos, principalmente aqueles que não têm ficha criminal ou processos judiciais em andamento.


Resultado de imagem para requiãofonte: www.esmaelmorais.com.br


Requião me parece não compreender que sua condição de aliado o distanciou do mesmo eleitor que lhe deu base política para criar uma longeva carreira política. Ele se desconectou com o eleitor que não corrobora com a gritaria petista em prol do condenado Lula.

Requião pode ser afetado por esta escolha terrível, mesmo que justificada por algum traço ideológico próximo ou invisível. E isso também pode afetar aliados a Requião.

Pode ser que eu esteja errado fazendo esta leitura, mas meu faro de produtor nunca me trai.

Erro 2 - Inabilidade de se conectar com o novo eleitor

Pode ser uma raposa velha no cenário político, mas Osmar Dias sofre há bastante tempo com essa atividade. Mesmo ele tendo grande expressão na comunidade ligada ao agronegócio, não consegue criar uma conexão sustentável nem mesmo para brincar de WAR com a Cida governadora.

Osmar inclusive parece não criar fatos políticos que o tirem da esfera igualitária dos mesmos políticos que integram um privilegiado grupo de citados na Operação Lava-Jato. Justamente a bandeira que pode separar o joio do trigo. Acorda, Osmar!!!

Não estou defendendo ninguém, mas às vezes, bate em mim a agonia de ver oportunidades de conexão.

Acorda, Osmar!!!


Resultado de imagem para osmar diasfonte: AN Noticias


Erro 3 - Acreditar na palavra de político

Ratinho Jr. parece que ainda não acordou do pesadelo. Estava tudo indo tão bem. Ele seria o sucessor de Beto Richa gozando da maior tranquilidade, afinal de contas, teria a máquina do Estado para viabilizar sua candidatura ao governo. Era ele o escolhido do rei.

Ratinho esqueceu de levar em consideração que política se faz com o olho no queijo e o outro na ratoeira. Dormiu sonhando com o título de governador e acordou com o convite de vice. E a amargura tomou conta dele!

Que ódio! Ele deve ter pensado.

Quem amanhece acreditando na palavra de político, provavelmente amanhece na fila de algum serviço público. Acorda, Ratinho!!! Como você pode pensar que poderia confiar no Beto?

Ratinho ainda tenta alguma manobra política para tentar convencer Cida de seu direito constituído na promessa de sua aliança tempos atrás. No entanto, é a garota de cabelos longos e mechas loiras que está com a caneta na mão. E pelo visto, ela gostou de segurar esta caneta. Agora Ratinho deve se mexer e ser ardiloso, tal como o calango que quase escapou da Lava-Jato, mas foi preso.

Acorda, Ratinho!!!


Resultado de imagem para ratinho juniorfonte: Bem Paraná


Erro 4 - a escolha do pleito errado

E se eu dissesse que existe um nome bastante latente no cenário paranaense que poderia gritar TRUCO! Estou falando do deputado federal Fernando Francischini (PSL).

Apesar dele estar envolvido em episódios de truculência no episódico recente da história política paranaense, a Batalha do Centro Cívico, (parece até tema de história), Francischini é bastante popular nas redes sociais. Inclusive, ele pega carona nas bandeiras do mito Bolsonaro, principalmente em relação à segurança pública.

Se Francischini gritasse TRUCO batendo na mesa como um verdadeiro "facãozeiro", ele assustaria demais o resto das forças políticas. Tudo bem que poderia ser um facão, mas quem seria corajoso suficiente para pagar a mão do deputado federal?

Acorda, Francischini! Ele poderia se beneficiar bastante do fenômeno Bolsonaro. No entanto, esta leitura ainda está bastante vulnerável porque outras candidaturas do cenário "outsider" podem influenciar a força de expressão do mito na corrida para a presidência. E isso pode também afetar a carona de Francischini.

Por enquanto, Francischini segue o pleito para uma vaga no senado federal. No entanto, seus adversários são bastante fortes. Quem também está olhando para a praça dos três poderes é Beto Richa e Christiane Yared (PP), a deputado estadual mais votada nas últimas eleições para o cargo. Quem pode também ter alguma expressão, principalmente na região da capital paranaense é Ney Leprevost, mas não acredito que ele tenha força para enfrentar os outros políticos.

Acorda, Francischini!


Resultado de imagem para Francischinifonte: Gazeta do Povo


Erro 5 - a falta de coragem para falar de corrupção

Não vi até agora algum dos políticos candidatos ao cargo de governador com coragem para abordar um assunto tão escabroso com esse! Quem teria coragem de ir contra o comportamento corporativista desta classe?

O problema é que esta atitude infantil pode custar muitas chances de conexões com o eleitor. Eu digo por mim mesmo! Que raiva do candidato que vem com aquele discurso "blasè"! Vamos tomar vergonha na cara e enfrentar o problema de frente?

Quem se habilitaria? O grande problema é que praticamente todos estão de alguma forma associados com as consequências de práticas pouco ortodoxas do passado. Não precisamos viajar tanto no passado para lembrar que cerca de 4 anos atrás ainda tínhamos a percepção do discurso de Maluf: rouba, mas faz. Hoje em dia não consigo acreditar que tivemos tanta tolerância assim com este tipo de discurso.


Imagem relacionadaFonte: Portal Viu


Falar de corrupção, ou pelo menos de medidas anti-corrupção, é fundamental para alinhar o plano ou planejamento de governo com os interesses do povo. Hoje em dia, somos bombardeados por escândalos políticos ligados a práticas de corrupção. Precisamos de uma solução mais prática e concreta para diminuir a carga ética que insiste em se proliferar na cabeça das pessoas. Cruzes, diria Clodovil!

Quem se propor a falar de combate à corrupção deve levar em consideração que isso traz consequências tangíveis para o paranaense, tal como a diminuição da carga tributária, a melhora de serviços essenciais públicos e as condições menos nocivas para o empreendedor, independente de seu tamanho.

Erro 6 - o discurso da década de oitenta

Enquanto as pessoas estão hoje inseridas em avanços tecnológicos, aumento de produtividade empreendedora, melhoria de processos e comportamentos produtivos, há líderes políticos que ainda pregam o termo proletariado como desígnio de um perfil da sociedade.

Pregar a Reforma Agrária é tão bizarro para os dias de hoje, que se torna até irresponsabilidade num contexto tão empreendedor vigente no agronegócio. Se alguém quiser promover o modelo de Reforma Agrária idealizada na década de oitenta com a sociedade de hoje, fará a família morrer de forma sobre a própria terra.

Esse discurso socialista não se coaduna mais com a realidade de um mundo globalizado. Ao contrário disso, devemos lutar pela igualidade de oportunidades. O pequeno agricultor pode ter a oportunidade de arrendar uma terra produtiva e ter também acesso a investimentos. Isso sim é uma luta real! Lutar pela igualdade de oportunidades diminuindo a burocracia no acesso a investimentos e educação técnica para os agricultores, faz a verdadeira mudança. Reforma Agrária é um conceito digno, mas ultrapassado.

O político que trouxer uma solução real ao mundo atual terá condições de gerar interesse por parte do eleitor. Aliás, este é um dos erros mais recorrentes nos partidos e grupos da linha social. Confesso que detesto usar o termo "esquerda" para rotular alguém. No entanto, os partidos ou grupos de linha social ficam presos a ideologias românticas de outrora. Vamos lutar por algo mais real? Vamos lutar por oportunidades de igual valor, independente da classe social, credo, raça ou time de futebol?

Programas sociais que não tenham um planejamento temporal para começar e terminar estão fadados a virar motivo de desconexão com o eleitor.


Resultado de imagem para MSTFonte: O Antagonista


Erro 7 - tratar a política como torcida de futebol

Detesto o conceito de torcida por determinada bandeira. Não consigo entender como as pessoas criam bandos para se confrontar nas ruas. Isso é algo que me incomoda demais. O discurso mais evidente atualmente e motivo de ruptura de amizades.

Todos temos o direito de ter direitos! Todos temos o direito de ter opinião. E quando debatemos assuntos como política, devemos entender que nem todos querem ser persuadidos. E quando você tenta convencer o outro de seu ponto de vista, porém, percebe que não tem resultado, parece que o apelo é o grito, a raiva, o ódio! E para começar uma quebradeira não vai longe!

Antes de discutirmos políticas somos irmãos, somos filhos, somos pais, somos amigos, somos vizinhos, somos colegas de trabalho. A política não é uma atividade de separação, mas uma ação de conjunto. Lembra que na democracia, a maioria escolhe o destino? Devemos lembrar isso quando somos contrariados. Nem sempre seremos ouvidos, mas devemos ser tolerantes.

Quando brigamos motivados pela política, estamos brigando com quem conhecemos. Como você se permite brigar em prol de uma ideia ou candidato com a pessoa que está ao seu lado? Não é incoerente isso?

Brigue com quem é o agente político. Brigue por seus direitos. Brigue pela ética aplicada. Não brigue comprando as ideias alheias.

Todos os erros elencados acima são leituras que tenho sobre os aspectos políticos. Não necessariamente esta leitura possa ser apreciada por você com a mesma lente, mas ela se baseia em fatos e comportamentos difundidos na imprensa em geral.

O detalhe deste erro especificamente é que quando eu escrevi, estava fazendo apenas uma metáfora. Eis que nesta madrugada, houve uma briga entre militantes pró Lula contra um grupo com cerca de vinte torcedores do Coritiba nas imediações do Santa Cândida, aqui em Curitiba. Quer dizer, a metáfora aflorou na realidade.

Quando você refletir sobre minhas ideias aqui, não seja uma pessoa reativa. Pare e pense nas perspectivas que eu estou trazendo. Depois desta reflexão, veja se elas estão alinhadas com sua opinião e me dê seu feedback. Espero que esteja ajudando você a refletir mais sobre os cenários que estão se desenhando na política. Até breve.


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