No Brasil o condenado é conduzido à morte pelo simples fato de não poder pagar um plano de saúde.
Os números vexatórios não são da morte por violência física. Mas da negligência, da irresponsabilidade, da burocracia e da mais completa falta de humanidade com portadores de toda a espécie de doença gravíssima, especialmente dos cidadãos de baixa renda.
Ainda que o desespero leve às famílias a pedir socorro à justiça, pouco ou nada é feito quando o doente precisa de uma UTI atendida pelo SUS. Por vezes o socorro até vem, mas atropelado pela burocracia, chega tarde demais. A morte vem primeiro.
Os números levantados pelo Conselho Federal de Medicina ilustra bem essa tragédia. Segundo o CFM, dos 5.570 municípios brasileiros menos de 10% disponibilizam leitos de UTI pelos SUS.
Ao todo são 532 municípios que possuem leitos de UTI no Brasil, incluindo a rede privada.
44.673 leitos de UTI em unidades públicas de saúde que dependem do SUS num país com área continental.
Falta infraestrutura. Mas à espera de um milagre nos corredores dos hospitais lotados sobra pranto e desespero de quem não tem mais o que fazer.
É o holocausto brasileiro.