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Marina Silva pulou do Titanic quando viu a previsão do tempo

Marina Silva pulou do Titanic quando viu a previsão do tempo
Rafael Cardoso
abr. 23 - 8 min de leitura
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Marina Silva pulou do Titanic quando viu a previsão do tempo! Você sabia disso? Se o capitão do Titanic tivesse a atitude de Marina naquele momento da história, talvez o grande navio poderia não ter batido no iceberg, ao contrário do governo majoritário que criou o mecanismo corrupto.

Neste aspecto, posso dizer que Marina Silva sempre teve grande habilidade política para ler o cenário nacional e entender os movimentos necessários para compor alianças fortes. Há quem diga que ela poderia ter sido Vice-Presidente da República se Eduardo Campos não tivesse falecido na fatal queda de avião em plena campanha de 2014.

Marina assumiu, naquele momento, o protagonismo que se tornou grande expressão de uma sociedade já cansada dos discursos até então. Desde 2013, as manifestações já demonstraram claro descontentamento com a classe política. Marina entendeu e se posicionou como vetor de um eleitor descrente com os mesmos rostos de anos no poder.

A candidata da REDE, associada a uma aliança política, quase encantou as pessoas e engajou similares pontos de vistas e ideologias.

O descolamento do PT e a nova forma de enxergar o Brasil


Resultado de imagem para marina silva ministra do meio ambientefonte: Nexo Jornal


É inevitável negar que Marina Silva se tornou uma visão fora do eixo tradicional da política brasileira. Ela, sem dúvida, é a inteligência e perspicácia que deveria ser fator predominante num cenário ideal de disputa de pleito político.

Quando ela se descolou do governo Lula em 2008, e posteriormente saiu do PT em 2009, demonstrou bastante força e coragem para fugir do grupo de poder. Para mim, Marina foi a evolução de Heloísa Helena, outra pessoa que admiro bastante pela sua coragem e personalidade.

A fundadora da REDE estabeleceu em 2010 um espaço político bastante forte. Ela era uma candidata humilde que conquistou cerca de 19 milhões de votos. Um número expressivo para quem estaria fora do mecanismo de poder do Estado, até então petista.

Antes do Titanic petista bater no iceberg chamado Lava Jato, Marina tinha pulado da barca faz tempo. Ela disse numa entrevista para o programa Pânico, na rádio Jovem Pan São Paulo, que havia desconfortos quanto aos casos e condenados do Mensalão. No entanto, seu descolamento foi, principalmente, estimulado pela agenda relativa ao meio ambiente.

Marina Silva foi ministra do meio ambiente do governo Lula. Lá naquele tempo, ela tinha como propósito a sustentabilidade ecológica, porém, os interesses políticos daquela época estavam longe do compromisso cívico. Marina leu esse contexto político e entendeu que poderia estar diante de um cenário desastroso politicamente. Essa perspicácia fez ela pular fora do Titanic antes mesmo do gelo congelar os fios do bigode ralo de Lula.

Marina saiu fora do pagode petista, montou um partido para criar um ambiente mais lógico para sua ideologia e construiu uma REDE de pessoas que estivessem em harmonia com suas ideias. No entanto, percebemos hoje que ela se tornou maior que o seu partido. Bem maior, aliás.

A sujeira da campanha de 2014


Resultado de imagem para marina silva 2014fonte: veja.com


Quando Marina Silva se tornou a candidata, após a tragédia de Eduardo Campos, ela sofreu as consequências positivas e negativas. Marina se tornou a expressão de uma comoção nacional. Isso despertou a raiva mais insana dos seus concorrentes ao pleito.

Resultado de imagem para eduardo camposfonte: mega curioso

Marina Silva foi alvo de tudo quanto é tipo de difamação. O problema é que Marina continuou com sua conduta elegante e educada, mas a guerra lhe abateu pela exagerada quantidade de difamações num país que compra a impressão e forma opinião pelas redes sociais.

Como não conseguiram atacar a honra e conduta política dela, fabricaram bastante fake news e tentaram vincular ela a Eduardo Campos e os financiamentos de campanha, além dos vínculos de seu ciclo de amizades com algumas pessoas ligadas ao mercado bancário. Marina não soube devolver o tapa que deram na face dela e sua forma cristã de se posicionar perante a campanha foi nobre, porém, desastrosa para o engajamento.

Marina não conseguiu ser Presidente da República em 2014. Caso fosse, com certeza não teríamos a dificuldade econômica e a falta de credibilidade no governo da União. Ela seria uma pessoa descolada dos enredos corruptos, mesmo ela sendo líder majoritária. Marina seria um fato histórico benéfico em todos os aspectos. Uma pena.

Marina foi atacada por todos os lados, tanto pelos simpáticos de Dilma Rousseff quanto por pessoas da ala tucana e cavaleiros da távola do príncipe Aécio Neves.

O que Marina Silva pensa sobre a polarização


Resultado de imagem para marina silva 2014fonte: UOL Notícias


Ela sempre está dizendo em suas entrevistas que a polarização é um comportamento histórico no Brasil. Isso desde a época de Dom Pedro. E se entendermos esta visão, faz sentido porque Dom Pedro só declarou a independência do Brasil ao ser convocado por carta para voltar à Portugal por Dom João VI. Assim também aconteceu com a proclamação da república. E no decorrer da história há outros momentos. Afinal de contas, o que foi a Inconfidência Mineira?

No entanto, a polarização não pode ser chancelada pela sua tradição de comportamento. Ela precisa ser evoluída para um Estado Cidadão mais amadurecido. A partir das consciência das divergências, podemos criar mais condições para a tolerância. E, além da tolerância, criar ambientes de debate para o aprendizado e a emancipação intelectual. E isso não aprendi com Marina Silva, mas com as reflexões que, constantemente, faço lendo bastante sobre os fundamentos da política moderna, além de ouvir, ouvir muito, ouvir sempre, ouvir para entender o ponto de vista dos outros.

Marina é a política que fala sobre algo que realmente faz sentido. Porém, ela vive um mundo ideal, porque a realidade parece teimar em contradizer esse sonho.

A conduta de Marina Silva


Resultado de imagem para marina silva 2014fonte: R7.com


Ela hoje precisa trabalhar para viver. Ela dá palestras e abriu mão da aposentadoria como senadora. Marina dá lição de cidadania quando abre mão dos privilégios, entendendo que o dinheiro público precisa voltar para o Estado. Assim, ela pode, efetivamente, exigir dos seus colegas políticos posturas éticas e morais.

Marina não é um nome em evidência. Isso porque o que mais é discutido hoje em dia é a ficha criminal de pré-candidatos à presidência da república. O boletim de ocorrências da mídia permite que nomes como Renan Calheiros, Lula, Aécio Neves, Maluf, e tantos outros que vivem nos focos das câmeras protagonizando histórias de corrupção.

Marina, mesmo concorrendo com as forças polarizadas e polêmicas, consegue dar seu recado diante de lentes curiosas pelo comportamento exótico. Marina, caso fosse um animal, deveria ser um bicho raro e exótico em extinção, fundamental para o equilíbrio de um ecossistema, que não existe mais por conta da ação predatória do homem.

Ela é uma pessoa de grande relevância pelo propósito que demonstra ser a linha de condução de sua vida. Uma pessoa que lidou com as mazelas da sociedade na pele e superou todas as dificuldades para se tornar quem é, evidentemente, precisa ser no mínimo parâmetro de inspiração.

Não digo para você votar nela nestas eleições. Mas vale a pena ler mais a respeito de Marina Silva para criar critérios mais sólidos perante as propostas políticas que estão se construindo pelos agentes políticos.

Confesso que também não sei ainda o que fazer com meu voto para presidente, mas ela sempre será uma das pessoas que tenho interesse em acompanhar seus movimentos.

 


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