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Lava-Jato é atacada por ser eficiente demais

Lava-Jato é atacada por ser eficiente demais
Rafael Cardoso
set. 13 - 4 min de leitura
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A Lava-Jato, novamente, sofre com as consequências de suas ações. No entanto, ela não permanece quieta diante sinalizações dos órgãos reguladores do judiciário que insistem na tese de defender o processo eleitoral.

Ontem foi um dia de grande tumulto dentro do organismo investigativo atuante no Paraná. Além dos conflitos internos que a força-tarefa precisa enfrentar diante a perspectiva de interesses dos agentes do Gaeco, precisa também se preocupar com os ataques que sofrem por ser eficientes demais.


Gilmar Mendes, ministro do STF, falou em alto e bom tom ontem sobre sua preocupação relativa a ações abusivas do Ministério Público que estão investigando Fernando Haddad, Geraldo Alckmin e Beto Richa. Ele, abordado por jornalistas na entrada do STF, disse que temia pela segurança das eleições.

Gilmar disse:

"Pelo que estava olhando no caso do Richa, é um episódio de 2011. Vejam vocês que fundamentaram a prisão preventiva a uns dias da eleição, alguma coisa que suscita muita dúvida. Essas ações já estão sendo investigadas por quatro, cinco anos, ou mais. No caso de Alckmin, Haddad, todos candidatos... E aí [o MP] anuncia uma ação agora! É notório um abuso de poder"

Errado, senhor ministro. As ações relativas a Beto Richa são coincidentes pelas investigações da Lava-Jato, relativas a propinas da Odebretch e também uma delação proferida por Tony Garcia, ex-broder de Betão, que meteu a boca no trombone com áudios extremamente contundentes sobre o famoso "tico-tico".

Basta ler mais e melhor, senhor ministro, para saber que não tem nada a ver com a sua declaração. Vale a pena exercitar aquilo que defende, ou seja, faça juízo de valor sobre algo que realmente tenha se inteirado. Assim, não fica depois passando vergonha com a falta de informações na conclusão de opinião rasa veiculada na porta do trabalho. Concorda?


Lava-Jato não se pauta por calendário político

Esse é o recado que eles passaram ontem em nota sobre movimentações relativas ao Conselho Nacional do Ministério Público. Além de serem os promotores investigados, o órgão demonstra total desprezo por todas as ações até agora realizadas pela força-tarefa, caso este movimento se concretize em investigações tendo os promotores como alvo.

Claro que eu sou favorável a haver sim um grau de corroboração interna perante as ações da Lava-Jato. Porém, devemos lembrar também que estas ações foram corroboradas pelo juiz que aceitou as sugestões e diligências realizadas, inclusive a prisão mais polêmica nesta semana sendo Beto Richa o alvo. No entanto, as investigações devem ser permanentes e pautadas internamente. Quando este tipo de notícia vaza das entranhas do judiciário, novamente, o próprio sistema judiciário causa a famosa insegurança jurídica tão praticada pelo STF, ultimamente.


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Sempre defendo a tese de que haja em todas as partes o bom senso como principal regulador para opiniões e atitudes. No entanto, o argumento proferido por Gilmar Mendes não cola diante um estado completamente contaminado por corrupção. Se levarmos em consideração as movimentações que sustentam as ações da Lava-Jato, só agora foi viável prestar atenção a estes pontos relativos à conduta do ex-governador do Paraná.

Até então, Lula era a pessoa que roubava todas as atenções. Como questionar, portanto, qualquer ação relativa ao tempo adequado para se investigar e proteger o cidadão de agentes corruptos?

A Lava-Jato demonstra que não está agindo em interesses de grupos políticos. Tenho consciência que este tipo de afirmação pode até soar ingênuo, porém, fica evidente que os agentes estão preservando valores que corroboram com a missão petra imposta pelo cargo ocupado. Fazer justiça, tal como a nota que a Lava-Jato divulgou ontem, não é uma ação pautada pelo calendário eleitoral ou qualquer outro interesse.  Fazer disso um argumento contrário às ações do Ministério Público é subjugar, novamente, a inteligência do cidadão brasileiro, como sempre cansado de tanta impunidade em casos de corrupção.


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