Estado Cidadão
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
VOLTAR

Eles foram eleitos e serão os protagonistas da revolução dos bichos

Eles foram eleitos e serão os protagonistas da revolução dos bichos
Rafael Cardoso
out. 9 - 7 min de leitura
000

Os eleitos serão os protagonistas de uma renovação possível dentro do legislativo, que não compactua com aquele velho vício do cidadão votar nos sobrenomes das oligarquias políticas. Estes influenciadores poderão ditar novas ações delicadas para os próximos 4 anos no poder político do Brasil. No entanto, ao efeito da polarização e a sede por likes e engajamento, eles perpetuam discursos de ódio contra aqueles que discordam de suas ideias e pontos de vistas.

Exemplo disso é Joice Hasselmann. Antiga jornalista (adjetivo com veneninho, mas é minha opinião) e atual eleita a deputado federal por São Paulo, será uma das protagonistas do movimento que se vê na literatura de Geroge Orwell. Ela não esconde o tom incisivo contra a dita "esquerda".

Joice Hasselmann, protagonista de inúmeras polêmicas dentro do PSL desde o início da corrida eleitoral, ela detém poder de grande persuasão, ostentado inclusive pela mesma, sem perceber qual o papel de um comunicador com tamanho poder de comunicação.

Ela, tendo formação e experiência no jornalismo, parece ignorar princípios e valores que são parte da formação profissional. 

Além dela, Alexandre Frota também promove discurso com temperatura alta, porém, sem propósito claro capaz de sustentar tamanho ódio. Constantemente, Alexandre Frota promove discussões infantis pouco construtivas, tal como se vê bastante diante YouTubers adolescentes ou também infantis em atitudes, obviamente, promovendo polêmicas para seus respectivos públicos em prol de maiores views.

Vale lembrar que nenhum discurso de ódio é o remédio para amainar o discurso de ódio. Faz sentido isso? Significa também que apagar o fogo com gasolina é apenas criar mais combustão para espalhar as labaredas.

Outra personalidade que também aumentou a temperatura de suas declarações é Janaína Paschoal. Uma das pessoas mais relevantes do movimento que sustentou os argumentos para o impeachment da Dilma Rousseff, a jurista se candidatou para a Cãmara dos Deputados, em Brasília pelo PSL, mesmo partido de Bolsonaro. Janaína, em frente ao hospital e ainda no calor do momento, ela reforçou o discurso do ódio em plena convulsão social por conta da facada desferida no candidato à presidência da república pelo PSL.

Detalhe: Janaína Paschoal conseguiu uma votação histórica, eleita a votação mais expressiva do Brasil como deputada estadual pelo Estado de São Paulo.

Vale lembrar que ela é a expressão mais evidente de uma desconexão com as ideias pregadas em processo de impeachment, aonde por várias vezes disse não se interessar pelo jogo político e apenas estar defendendo a aplicação das leis vigentes para a sustentação do processo de impedimento em 2016.

Pior do que tá, fica sim, já dizia aquele filósofo chamado Tiririca

O que significa isso? Simples. Dá sentido a uma afirmação que Ulisses Guimarães fez em 1991:

Está achando ruim essa composição do Congresso? Então espera a próxima: será pior. E pior, e pior… 

Para quem ainda não entendeu o assunto. Aqui se trata de uma constatação triste. Estamos à beira de uma revolução medíocre pautada por pessoas populares, mas não preparadas.

A avalanche de influenciadores nas redes sociais que transmitem discursos de ódio, polarização, violência contra o contraditório e apologia a crimes apenas demonstra como a ideologia não é o vetor de diferenciação entre cidadãos.

Inclusive, estas eleições 2018 estão tão nebulosas que nem os analistas políticos ou as pesquisas eleitorais precisam o que está acontecendo com a realidade das preferências dos eleitores. Obviamente, as pesquisas eleitorais não levam em consideração as projeções que as mídias representam neste pleito.

No entanto, grande parte das intenções de voto estará expressa pelo poder que os influenciadores digitais têm nas eleições 2018. Fato consumado foi, em 2016, a eleição de Fernando Holiday para a câmara dos vereadores de São Paulo. Afinal de contas, isso constatou a grande referência do poder que o MBL tem diante as redes sociais.

Ele está de volta. Depois de renunciar da noite para o dia, sem qualquer tipo de justificativa além de um discurso confuso e pouco esclarecedor, Tiririca está de volta. Será que ele está focado em provar que Pior que tá, não fica?

Por que o próximo congresso será a revolução dos bichos?

Você sabe do que se trata o livro de George Orwell? Calma. Conto para você, mas prometa que não acreditará em mim e irá conferir lendo a obra. Este livro é uma sátira ao Stalin socialista democrático que quando chegou ao poder mudou radicalmente.

O regime do ditador soviético era totalitário e não tolerava contradição na época de Josef Stalin, pois mandava prender, matar ou exilar. Era assim a política do cara que se uniu aos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial para derrotar a Alemanha e depois virou um dos agentes da Guerra Fria.

Orwell fez uma crítica velada no livro Animal Farm, aqui no Brasil intitulado de A revolução dos bichos, aonde um grupo de animais se une para derrubar o poder dos humanos e empregar uma política mais justa aos animais. No entanto, os porcos se tornam os perpetradores de um regine injusto, novamente.

No final do livro, os animais começam a defender ideias que são extremamente semelhantes àquelas realizadas pelos humanos. No entanto, tais comportamentos submissos se transformaram em um falso benefício, pois assim disseram os porcos, os novos humanos, inclusive, semelhantes na anatomia do poder escatológico.

O discurso dos contraditórios

Basta você, por 5 minutos, assistir aos vídeos aqui postados. Neles, qualquer pessoa percebe que os influenciadores protagonistas pregam suas ideias e condenam as críticas do contraditório, porém, condenando a existência delas por si só. Trata-se de uma incoerência ideológica evidente pregada nos discursos dos influenciadores, pois alegam serem vítimas de críticas baseadas, a sua própria lógica, pela intolerância. Isso pode, Arnaldo?

Quando os influenciadores pregam a intolerância justificando serem vítimas de intolerância dos respectivos antagonistas, não se trata então de uma reação também passional? Claro que sim. Por isso, a dificuldade de crer em argumentos sustentados por estas linhas de comunicação ficam fragilizados aos cidadãos mais exigentes.

Outro ponto bastante interessante de perceber é que o discurso, evidentemente, funciona como um estímulo aos excessos. As temperaturas ficam mais quentes quando são combatidas com combustão, ao invés de componentes que apaguem as chamas do ódio.

Influenciadores que pregam suas ideias usando a temperatura alta para criticar a temperatura alta do contraditório, faz o paradoxo ser evidente, pois até para os seus fãs, inscritos ou seguidores cria um ruído de comunicação confuso e pouco construtivo. A estes internautas, preferencialmente, encantados com os carismas dos influenciadores, fica a dica: comecem a pensar por si ao invés de se comportar como animais e querer o pensamento pronto.

Lembrem das ovelhas no livro de George Orwell, aonde aprenderam ao final que uma das regras mais importantes na administração dos porcos era: quatro pernas bom; duas pernas, melhor.


Leia também:

Como escolher o melhor deputado nestas eleições 2018

• A falência das eleições 2018 no Paraná


Denunciar publicação
    000

    Indicados para você