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ELEIÇÕES 2018 - As eleições do medo

ELEIÇÕES 2018 - As eleições do medo
Rafael Cardoso
set. 25 - 12 min de leitura
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As eleições 2018 marcam a história do Brasil como um processo eleitoral baseado na alimentação do medo perante um futuro incerto. Por que os políticos, analistas e grupos promovem o medo para defender suas ideias?

Este é o tema do Broadcast Estado Cidadão - transmissão ao vivo pelo Facebook e pelo YouTube com uma bancada de pessoas dispostas a dar seu ponto de vista sobre tudo que é notícia. E você? Está convidado a participar sempre. Acompanhe.

Se levantássemos o sentimento mais presente na vida da sociedade contemporânea, talvez pudéssemos encontrar o medo como sentimento mais evidente sobre a gama de pessoas com doenças psicossomáticas.

A polarização, entre candidaturas populistas, leva a crer que é fomentada pela baixa aderência ideológica, além de desinteresse pelo processo eleitoral e pouca capacidade analítica dos especialistas políticos atuantes na mídia brasileira.

Uma coisa é fato: o discurso do medo está presente em todos os lugares. Ele é presente nas análises dos ditos jornalistas políticos que analisam a conjuntura social e política brasileira. O medo está presente também nos discursos dos candidatos, absolutamente todos os candidatos.

O medo é o sentimento mais focado quando se debate ideias, ideologias ou preferências. Há aqueles que chamam esse momento de apocalipse, outros sustentam que o mais correto é se mudar do país, como se essa alternativa estivesse presente na realidade do cidadão.

O medo é discurso de marketing, previsão de futuro daqueles que deveriam materializar propostas. Aliás, propostas não há.

Se você votar no candidato A, irá morrer. Caso você queira votar no candidato B, pior que a morte lhe aguarda. Esse é o argumento quando se debate o contraditório. Isso porque o medo faz você agir em benefício de sua preservação. 

O medo contemporâneo sobre a volta do regime militar

Candidatos que estão contrapondo os militares, tal com Jair Bolsonaro, associam o medo da volta de um regime totalitário e duro. O Brasil realmente vive o medo perante um sistema ditatório ainda muito recente dentro de sua trajetória histórica. E diante este medo, a primeira opção lógica dominada pelo senso comum é a materialização das ideologias ditas de esquerda como alternativa para evitar este medo sobre a sombra dos coturnos.

Mesmo que seja extremamente improvável a volta de uma realidade ditatória sob a tutela dos militares, ainda há pessoas que se sentem combalidas a acreditar no fantasma da ditadura.

Os candidatos exploram tanto isso que fazem eco e distorcem declarações dos candidatos militares. Alguns vão além, tal como Ciro Gomes que chama o candidato do PSL de "Hitlerzinho tropical" ou até de nazista filho da p*ta.

O mundo hoje não tolera golpes realizados por militares. Poucos são os países, hoje em dia, que detém deste tipo de regime sem sofrer sanções radicais dos países de expressão e estimulam a democracia como processo político vigente.

Logo, alimentar este medo sobre as pessoas que podem votar em militares é alimentar a desonestidade intelectual para convencer o eleitor a aderir em determinado ponto de vista para construir critérios simpáticos defendidos pelo perpetrador.

O medo sobre o Brasil virar uma Venezuela

Há também aqueles que alimentam o medo sobre o caos que poderá ser instaurado no Brasil caso a esquerda volte ao poder. Novamente, diante de uma possibilidade real, os antipáticos a ideologias de esquerda também se valem de desonestidade intelectual para convencer os indecisos.

O Brasil tem uma sociedade completamente diferente da Venezuela. Lá há uma vulnerabilidade política difundida por anos. Desde as tentativas de golpe do desconhecido Chavez. Comparar o Brasil com a Venezuela é também ser desonesto intelectual para convencer o eleitor a tender para a ideologia de direita.

O Brasil comunista, extremamente, próximo da ditadura do proletariado, tal como os cânones socialistas apontavam em sua literatura clássica, pode voltar e acabar com o direito à propriedade. Invasores irão se beneficiar e a meritocracia será destruída pela horizontal nivelação da sociedade.

E tudo será uma China! Quem sabe teremos brasileiros em botes fugindo do Brasil em direção a qualquer lado, afinal de contas, seremos cubanos fugindo da Ilha de Vera Cruz. (ATENÇÃO, ISSO É UMA IRONIA). Vale sempre lembrar o emprego das ironias como elemento de comunicação para os geradores de mimimis.

O medo sobre o sistema eleitoral no Brasil

Quando Jair Bolsonaro, em aparição sofrível no leito hospitalar, questiona a legitimidade das eleições, ele está afirmando que só vale o sistema se ele for o vencedor.

O que isso faz com a sociedade brasileira? Medo.

Obviamente, os próprios agentes que detém o poder sobre o sistema de aferição dos votos contribuem para este tipo de questionamento. Porém, Bolsonaro também usa do medo para criar uma pressão imensa sobre os juízes que protegem o sistema eleitoral.

O medo não pode estar diante das urnas eletrônicas. O medo não pode ser alimentado por experiências relativas a contextos diferentes. Claro que o processo é crível de falha. No entanto, devemos alimentar a proteção do sistema sugerindo formas diversas de aferição. Detalhe: Bolsonaro poderia ter criado perspectivas 4 anos atrás.

Fazer este tipo de questionamento com a base de influência sobre preferências de eleitores, aferidos de forma consolidados em diversas pesquisas eleitorais, é construir também um discurso de medo para pressionar os togados.

Bolsonaro mira no sistema que ele considera viciado. No entanto, ele acerta exatamente na testa do cidadão que ele diz proteger. Cuidado ao mirar na cabeça de quem você deve ter receio e respeito.

O medo que faz sentido nestas eleições

O medo existe sim. Porém, ele está distorcido pelo emprego dos argumentos difundidos em polarização e ódio. No entanto, os candidatos demonstram poucas alternativas. Há, inclusive, entre os candidatos os argumentos superficiais que definem políticas de combate à corrupção como plataforma majoritária sobre as necessidades dos brasileiros. Isso é digno de dar medo.

Talvez estejamos sobre as eleições menos propositivas da história do Brasil. O empobrecimento de propostas relativas a políticas econômicas mais prósperas, a falta de propostas práticas para a resolução de problemas crônicos nos alicerces da sociedade brasileira, a dificuldade de se ter perspectivas intelectuais sobre as diversas frentes de trabalho em gestão pública, isso sim dá medo.

Você sente medo. Pode fazer suas considerações aqui. E aprenda a ler melhor os discursos gerados pelos candidatos e pela sociedade em geral. Isso porque eles usam de forma proposital o medo para atingir os seus objetivos, ou seja, clique ou voto.

O que você vê também neste Broadcast Estado Cidadão?

Bolsonaro está bem ou isso é apenas uma cortina de fumaça?

Bolsonaro ainda é protagonista de diversas teorias de conspiração por conta de seu estado de saúde. Qual é a verdade sobre as condições de saúde do candidato do PSL? Bolsonaro está muito bem, apesar de ter uma febre persistente, porém, não tão grande assim. Segundo fontes do hospital, Bolsonaro é tão bem tratado que parece cristal numa prateleira de vidros.

Os médicos são tão atenciosos com o candidato que fazem diversos monitoramentos para garantir a recuperação do capitão da reserva. A previsão é que ele esteja de alta em até 10 dias. No entanto, há grande restrição por conta de sua debilitada saúde, afinal de contas, levará muito tempo para ele ter uma vida normal.

Geraldo Alckmin está desconfiado do filho político

O picolé de chuchu das eleições 2018 está desconfiado que Doria tenha uma aliança secreta com Bolsonaro para o 2º turno. Doria, naturalmente, levanta suspeitas por conta do recente histórico para sua candidatura frustrada para a presidência da república.

O candidato que está em caráter de reeleição como governador do Estado de São Paulo fez muitas propagandas alimentando essa imagem de ingratidão do candidato do PSDB perante seu padrinho picolé de chuchu.

Alías, uma ressalva a Alckmin. Ele ainda não se enxergou como membro da esquerda na política brasileira. Isso porque por anos o PSDB sempre foi a figura que magnetizou alguma oposição ao PT quando detentor do poder político. Hoje em dia, é visível a dificuldade do PSDB de saber se ele é de direita ou de esquerda ou de centro.

Na verdade, o PSDB demonstrou sua fragilidade ideológica demonstrando sua confusão sobre a leitura da nova política brasileira. O PSDB não é de esquerda, nem de direita, nem de centro. Só faz sentido isso com o PSDB na borda.

Ciro Gomes dá voadora e assopra depois

Ciro Gomes planeja até as polêmicas. O vídeo de sexta-feira, aonde ele xinga Bolsonaro e o chama de Hitler em pleno discurso de comício demonstra esta tática de guerrilha. No entanto, Ciro parece um louco ao invés de criar a leitura de combativo sobre os alvos de sua crítica.

Ele erra a mão ao fazer suas críticas contundentes pela sua forma de expressar a alta temperatura e a maneira truncada de cangaceiro nordestino que não acerta o tempo certo para a mão pesada que ele deseja demonstrar. Ciro triste.

Haddad paz e amor

Fernando Haddad, entre viagens de campanha e visitas de presídio, sustenta a nova cara do PT, ou seja, paz e amor. O que ele está querendo agora é demonstrar que seu discurso não pode ser configurado como extremista. Tanto é verdade que Haddad tenta ser o candidato conciliador da esquerda brasileira.

Esta postura é corroborada pelas pesquisas eleitorais, afinal de contas, houve aquela transferência do capital político de Lula, mesmo que não em sua plenitude, mas traz afinidade com o cidadão que prefere Lula a qualquer outro. Outro ponto a se chamar atenção é a amenidade entre Ciro e Haddad. Eles como adversários diretos não polarizam, pois esperam se aproximar no segundo turno. Resta saber que será este candidato da esquerda contra o candidato da direita.

Marina Silva em banho "mariNa"

Marina Silva não é mais aquela expressão nas pesquisas eleitorais. Como sempre, ela derreta como gelo quando a temperatura esquenta. Pena. Ela é realmente uma política interessante. No entanto, sua capacidade de se neutralizar sobre as diversas necessidades de se posicionar.

Mesmo aumentando a energia sobre críticas contra determinados políticos pertencentes ao ecossistema dos partidos, não é suficiente para sustentar a preferência dos eleitores que sempre simpatizaram com ela. De acordo com as aferições das pesquisas eleitorais, Marina sempre será a terceira escolha do cidadão. Caso não tenha absolutamente mais ninguém, aí ela poderá ser presidente da república.

A onda laranja chegou à praia

João Amoêdo, enfim, deixou de crescer nas preferências dos eleitores porque o índice de rejeição dos candidatos que estão na frente. É a tal história do voto útil. E o candidato mais prejudicado pelo voto útil é Amoêdo.

Quanto mais cresce o percentual sobre a preferência do cidadão pelos candidatos às eleições 2018, mais prejudica o candidato do Partido Novo no contexto político. A expressão de marketing bastante simpática do Partido Novo aposta agora na consolidação das candidaturas dos deputados federais. Assim, o NOVO poderá ser competitivo nas próximas eleições.

Fernando Meirelles faz história na política.

Com 45 milhões de reais registrados em sua campanha, Meirelles entra para a história da política brasileira como o candidato que mais gastou recursos particulares em candidaturas presidenciais no Brasil.

Agora faz todo sentido sua candidatura, afinal de contas, o MDB não usou um mísero tostão para a campanha eleitoral do ex-presidente do Banco Central. O MDB injetou nas diversas campanhas por aí presentes, ao todo chegou a distribuir 233 milhões de reais, fruto do fundo partidário. No entanto, para Meirelles


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