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Disputa ao governo de SP tem birra, bate-boca e mimimi dos filhos de Alckmin

Disputa ao governo de SP tem birra, bate-boca e mimimi dos filhos de Alckmin
Rafael Cardoso
out. 22 - 6 min de leitura
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O governo de SP está bastante concorrido pelos filhos da família Alckmin. E os irmãos de grupo não aceitam abrir mão daquilo que o pai político deles prometeu a ambos, ou seja, o trono do reinado paulista.

Assim como Cain e Abel, João Doria e Márcio França brigaram feio no debate produzido pela TV Bandeirantes nesse último 18 de outubro. O primeiro debate do segundo turno nas eleições 2018 parecia uma reunião familiar aonde deveria ser a conciliação dos irmãos brigados. No entanto, o que se viu foi uma discussão a lá almoço de domingo.

O nível da discussão estava tão rudimentar que o mediador parecia um tio amigão tentando apaziguar as acusações e mesmo as reações dos dois candidatos. Além da mesa bastante indecorosa que os dois prepostos ao pleito de governador para o Estado de São Paulo, havia ainda os torcedores que não escondiam o clima de rinha na arena eleitoral dentro do estúdio da emissora de TV.

João Doria, assim como Márcio França, são filhos da mesma família

Ao invés de Abel e Cain, João e Márcio. Por que essa metáfora é tão explícita? Porque dentro dos ambientes familiares, os conflitos são bem naturais em determinada fase de relação. Os filhos querem independência, porém os pais querem subserviência eterna. Poucos são os pais que preparam os filhos para o voo fora do ninho. João e Márcio não foram treinados a servir, pois a eles parece que o pai prometeu a mesma herança.

E como se fosse a briga pela herança do pai tucano, os irmãos se engalfinharam diante o trono vazio. França poderia ter tomado esse poder imediatamente se não fosse seu posicionamento pouco alinhado com as perspectivas dos eleitores. França poderia ter tomado o poder no dia seguinte à renuncia de Alckmin, principalmente, levando em consideração que sua interferência na confusão sobre a prisão de Lula poderia configurar grande poder positivo ao ser um interlocutor entre a justiça e o Partido dos Trabalhadores. Após uma semana de posse, França sumiu ante a confusão e o aquartelamento de Lula em São Bernardo.

Outro ponto de grande destaque que poderia ser uma chance para se destacar no cenário eleitoral, foi a greve dos caminhoneiros. Márcio França de novo se enclausurou no poder e se absteve até perceber a tendência política ao movimento. Assim, ele se igualou ao poder público acovardado com a força do movimento.

Mesmo que Márcio França, atual governador de São Paulo; candidato à reeleição nestas eleições 2018, afirme ser membro do PSB por anos, isso não é parâmetro para se distanciar da história conexão entre ele e o Partido dos Trabalhadores. Obviamente, hoje em dia, essa conexão não é tão simpática quanto outrora. Por isso, ele tenta se descolar desta amarra associativa que lhe deu um ótimo capital político para estar aonde está.

No entanto, contextualizando essa perspectiva política envolta ao governador atual do Estado de São Paulo, não se pode negar que Márcio França tem muito mais a agradecer Geraldo Alckim a força de disputa que tem contrapondo João Doria. Portanto, Márcio França é herdeiro direto de uma política pouco compromissada com ideologias, afinal de contas, pouco ele tem de coerente com os parâmetros ideológicos que fundamentam o manifesto propositivo do Partido Socialista Brasileiro.

Aliás, essa ideia de pensar sobre a ideologia dos partidos é algo relativamente novo. Até então, a mudança das cadeiras dentro dos partidos políticos sempre foi motivada por interesses individuais avessos ao conceito ideológico que fundamentasse as agremiações partidárias.

França é filho de Alckmin, usando a metáfora de estrutura familiar nesta análoga realidade da política no Brasil. Apesar de Márcio França dizer que era muito ligado ao falecido Eduardo Campos, hoje deve agradecer ao pai tucano pelo seu crescimento na política.

João Doria sofre com a falta de compromisso

João Doria também deve muito ao pai tucano. No entanto, Doria também tem relações diferentes com Alckmin. O atual candidato ao governo paulista sempre foi um investidor de candidaturas que contrapunham as ideologias de esquerda, pelo menos é o que ele sustenta hoje. Porém, os contrapontos de Doria não tinham antes nada a ver com ideologias, mas com posicionamentos particulares e interesses empreendedores.

Hoje é conveniente afirmar que sempre contrapôs as ideias petistas, mas surfou na onda positiva que gerou o mundo na primeira década do século XXI. Grande parte destes lucros foram no governo Lula. E mesmo que ele seja um crítico das políticas governamentais petistas, teve acesso fácil a fundos econômicos e de fomento para aumentar suas posses, bens materiais e capital econômico.

Doria hoje é um entusiasta ao movimento anti-petista. Aliás, contrapõe até o tom discreto que marcou o PSDB por anos como uma oposição blasè. Ele é o ponto fora da curva, apesar de estar dentro do partido dos tucanos. Mas, conforme se vê atualmente, Doria quer implodir os alicerces dos tucanos para construir um novo modo de se comportar dentro do PSDB.

Doria é o filho que quis se libertar da família que insiste em prender o filho no padrão. Por isso, tal como em qualquer família, o conflito armado é responsabilidade dos patriarcas. Lembremos que quando os modelos são imaculados, os filhos seguem arrisca o exemplo de seus familiares mais velhos, respeitando naturalmente, tal como as constelações familiares fundamentam seus conceitos sobre equilíbrio, prosperidade e sucesso.

O grande impedimento de João Doria ao governo do Estado paulista é sua falta de palavra diante tantas perguntas sobre o mesmo aspecto: João Doria irá terminar o mandato para prefeito eleito em 2016?

 


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