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Como lidar com crises como a do combustível

Como lidar com crises como a do combustível
Rafael Cardoso
mai. 27 - 7 min de leitura
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Como lidar com crises como a do combustível deve ser prioridade agora. Isso porque a greve dos caminhoneiros demonstrou como temos uma sociedade completamente vulnerável a qualquer dificuldade. O Brasil, portanto, deve aprender com esta experiência e entender como um movimento social desnudou a completa fragilidade do Estado.

O rei está nu

Hans Christian Andersen escreveu um conto bastante evocado atualmente criando alusão à situação de Michel Temer. O rei está nu é um conto curto de grande relevância para demonstrar como a vaidade pode criar um mundo completamente fantasioso para aquele que detém o poder.

Há também o fato histórico que marcou o descolamento da realidade por parte de Maria Antonieta, pois quando soube que não havia mais pães para a população, ela proferiu a histórica frase: Se não tem pão, comam brioches!

Tanto o conto de Andersen quanto o fato bizarro de Maria Antonieta mostra a falta de entendimento sobre a realidade por parte de governantes ao longo dos tempos. Hoje o Brasil vive esta realidade materializada na falta de traquejo sobre crises que o Brasil tem. A crise dos combustíveis é apenas um fato, pois isso poderá se repetir dada a fragilidade com que nossa sociedade depende pelo transporte nacional.

Basta, portanto, algum fator de ruptura sobre a malha dos transportes que o Brasil mergulha numa crise estrutural profunda, tal como há atualmente.

Neste sentido, precisamos aprender a lidar com crises como esta. Afinal de contas, devemos ter mais maturidade cívica para contribuir uns com os outros e não esperar tanto dos governantes enquanto formos mais competentes que aqueles do poder público.

Como lidar com crises como a do combustível

1) Eleja prioridades emergenciais

O que é mais importante no momento de crise? Garantir o bem estar dos mais frágeis. Quem são eles? Pessoas que dependem de alguma coisa para sustentar sua vida de forma direta ou indireta. Sob este critério temos:

• os enfermos locados nos hospitais, clínicas, instituições de saúde. Os produtos e remédios essenciais devem ser preservados em estoques de crises. Eles devem ter autonomia para 60 dias. Caso este estoque não consiga promover tal prazo, no mínimo eles devem ser planejados para 30 dias. Absolutamente, todos os insumos devem estar neste estoque de emergência. Os locais também devem ser equipados com geradores autônomos que gerem autonomia por 30 dias com estoque de combustíveis. Tais combustíveis também devem atender os veículos emergenciais destas instituições de saúde, privilegiando um mínimo efetivo de viaturas a depender da capacidade de atendimento desta instituição.

• Idosos e crianças que estejam em tratamento de saúde ou por necessidade emergencial garantindo sua sustentabilidade e preservação da vida.

• agentes de saúde e trabalhadores que executem planos de emergência e defesa da vida devem ter insumos e estrutura para realizar atividades de apoio à vida em prol da sociedade. São policiais, bombeiros, enfermeiros, médicos, entre outros agentes que precisem se deslocar para ambientes frágeis e voláteis.

• os produtos, equipamentos, insumos de apoio à defesa pela vida devem ser preservados em estoques de gerenciamento público e privado. Neste aspecto, agentes de responsabilidade cívica devem preservar este estoque para uso em caráter emergencial.

2) Controle social e defesa ao cidadão

Os cidadãos que identificam falta de protagonismo dos agentes públicos, devem organizar frentes de atuação privilegiando o bem estar de sua comunidade. Vale lembrar que o caráter de protagonismo ao cidadão deve ser relacionado à cooperação. A estes líderes cabem a organização espontânea para:

• orientar pessoas a não promover a histeria, medo, notícias falsas, boatos sobre dificuldades e conflitos. O mais importante neste momento é dar luz ao bom senso.

• orientar as pessoas a administrarem seus lixos domésticos para mantér a ordem e saúde pública até o serviço de coleta de lixo ser regularizado.

• orientar as pessoas a dividirem estrutura de mobilidade pública e mobilidade urbana como usar caronas de conhecidos, usar mais transporte coletivo disponível e diminuir o consumo doméstico de transporte por carros, motos e outros meios de transporte motorizados. Usar veículos particulares para mobilidade necessária.

• manter as atividades profissionais para que a sociedade não seja afetada por congelamento das estruturas.

• criar sistema de vigilância coletiva, obviamente, com apoio da polícia e dos agentes de defesa dos cidadãos para evitar saques ou assaltos. 

• criar estratégia de abastecimento de alimentos e insumos domésticos com os estabelecimentos comerciais locais, mantendo a justa distribuição para atender o maior número de pessoas na comunidade.

3) Reaproveitamento de alimentos e insumos domésticos

As pessoas também devem exercer a responsabilidade cívica com reaproveitamento de alimentos. Produtos não perecíveis podem ser alternativas mais acessíveis para o consumo com a falta dos alimentos de hortifrutigranjeiro.

4) Administre seu combustível

Por mais que as instituições mantenham os serviços públicos, isso não quer dizer que você precise também manter sua rotina. Um ponto em questão é o deslocamento dos estudantes, pois quanto mais estender a rotina estudantil nos centros urbanos, mais criará fragilidade para a autonomia dos próximos dias.

Obviamente, as pessoas precisam trabalhar e a escola também funciona como um apoio ao trabalhador, no entanto, este processo deve ser reduzido para manter a previsão de autonomia dos combustíveis, inclusive de seu uso doméstico.

O cidadão deve ter autonomia para compreender qual é a relevância de seus deslocamentos em momentos de crise. A prevenção deve ser prioridade porque seu combustível doméstico poderá ser essencial para atender emergências.

5) Mantenha o diálogo

Manter o diálogo é fundamental para construir a solução da crise. Isso deve ser prioridade dentro do processo. Ao abrir o diálogo, forças semelhantes também podem criar um caminho para resolução da crise, seja qual for a ideologia ou a justificativa entre as polarizações.

Evoluir sobre a crise faz as pessoas amadurecerem. Isso deve ter grande positividade, porém, ela só é construída sobre parâmetros de comunicação. Nem todos devem somente defender exclusivamente seus interesses. Por isso, a mediação deve ser promovida. Crise é passageira, mas ela não pode demorar para resolver. No entanto, quando a crise se estende, devemos entender o que está sendo equívoco para ajustes. Crise é passageira, repito isso. Ela não deve ser o modis operandi da sociedade.

Para criar resoluções, as pessoas devem agir em conjunto e compreender o coletivo como solução. Do contrário, estaremos cada vez mais debilitados e solidários aos incompetentes que fazem gestão pública no Brasil. Você quer isso para sempre?


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